5 de março de 2018

#Fanfic 1 - Faces (Capítulo 2)

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2 - Dúvidas do passado


Ele a viu entrando em sua cabana. Já haviam se passado muitos anos para ela, ela estava crescendo e, como se é comum para os humanos, envelhecendo. Ela já parecia já ser uma mulher formada, logo só lhe restaria a morte. Sabia que esse era o destino dela, mesmo que o já tenha desviado duas vezes. Agora não teria mais volta. 

– Sssenhor Sessssshoumaru, por que ainda visssita aquela menina? – perguntou o pequeno yokai sibilando seu nome. 

Ele nada respondera. Permaneceu coma expressão séria ignorando o pequeno monstro ao seu lado. A noite já caíra quando ela finalmente alcançara a porta de sua moradia. Estava sozinha, como em todas as outras vezes. Usava um quimono feito de um tecido que ele havia lhe dado fazia algum tempo. Ela sempre os usava na verdade, os presentes. E seu perfume ainda era o mesmo, doce e suave, com um toque cítrico, feito pêssego. Podia senti-lo a quilômetros de distância. Nunca encontrou ninguém com um cheiro semelhante.

Também não sabia responder a pergunta insolente que seu acompanhante fizera. Ainda a visitava, sem hesitar. E por mais que tentasse demorar a fazê-lo, acabava por se encontrar naquele lugar novamente. Ela não era a mesma de quando a encontrara na floresta. O rosto, os cabelos, o corpo, mas assim como o cheio, os olhos e o sorriso ainda eram os mesmos. 

E em todas as vezes que a via cogitava em ter sua companhia novamente, como costumava ser no passado. Não queria admitir isso, mas o mesmo sentimento que havia tido naquela época nunca passara. Não sabia o que era e nem como acabar com ele. Talvez tivesse herdado a fraqueza de seu pai. 

Ela sempre estava sorrindo. Esperava que estivesse feliz ali, mas todas as vezes que a via olhar para o céu de sua janela, sentia seu olhar entristecido, afogado em lembranças. Isso o deixava inconstante e impotente. Enfurecia consigo mesmo por essa fraqueza e pela fraqueza que tivera a tantos anos. Não podia correr o risco de perdê-la novamente. Ela melhor vê-la ao longe mais uma vez do que morrendo em seus braços novamente. O que seria mais justo? Ela poderia até encontrar um humano para viver com ela... Não! Eles mereceriam morrer, todos eles, antes de encostarem suas mãos imundas nela. Mas, porque tinha aquele tipo de pensamento? Era inadmissível.

Lá estava ela, na janela olhando para a lua. Seus instintos se aquietaram. Mas aquela noite havia algo diferente. Ela parecia determinada a alguma coisa. O que seria? Pouco tempo depois havia entrado, sorrindo. 

– Por que o sssenhor não a trazzz de volta? – indagou o pequeno yokai olhando primeiro a cabana e voltando-se para o seu mestre.

Não era a primeira vez que ele o perguntava. Ele franziu as sobrancelhas e lançou um olhar severo ao seu servo, que logo se encolhera ao perceber a ameaça. Se prostrou ao chão com infinitas reverências importando perdão.

– Perdão sssenhor Sessssshoumaru, eu… Perdoe-me! Eu não queria… Mil desssculpas sssenhor Sesshoumaru…

– Cale-se, Jaken! - ordenou.

O pequeno servo levara a mão a boca como para mostrar que iria obedecer a qualquer custo. Pois parecia difícil de se fazer calar no momento. Sesshoumaru      não precisava dessa insolência para se perguntar isso. Já o fazia desde o dia em que a deixara na vila. Ela parecia viver normalmente como uma humana, mas porque ainda não parecia feliz?

Ele deixou a vila e rumou para o leste, sem um rumo específico. Não tinha mais objetivos, não tinha mais um ideal. Naraku havia morrido e há tempos não tinha notícias de seu irmão. Não fazia diferença, na verdade. Desde que ela apareceu, sua única razão era Rin. Torna-se mais forte, acabar com todos que pudessem prejudicá-la. Não podia deixar que voltasse a sofrer novamente. Ou que morresse. 

Chegou em um lugar mais a fundo na floresta. Saltou levemente e pousou no topo de uma árvore. A lua já estava em seu ápice e brilhava intensa no céu. Esboçou um sorriso imperceptível ao se lembrar que era o aniversário de sua pequena humana. Sua? Não havia lhe dado nenhum presente. Talvez soubesse qual seria o presente certo dessa vez. Ela possivelmente aceitaria. 

Viu Jaken bufando o cansaço ao pé da árvore. Olhou para a lua mais uma vez, e saltou para outra árvore, voltando ao caminho pelo qual acabara de passar.

Imaginou-a consigo. Que vida poderia dar para ela? Não havia lugar seguro para onde quer que fosse. Sempre haveriam inimigos e tê-la por perto poderia lhe deixar vulnerável. Seria capaz de protegê-la? A qualquer custo? Afastou os pensamentos, pois estava decidido. E nada o faria mudar de ideia novamente. Lutaria e mataria todos que fossem necessários, até mesmo que morra primeiro.

– Vou buscá-la, Rin. – sussurrou deixando que as palavras fossem jogadas pelo vento.

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CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO

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